sábado, 26 de janeiro de 2013

O que você faz da sua vida?



O assunto vocação pode não ser atraente para o jovem pelo fato que a vocação, seja qual for, comporta sempre a fadiga do discernimento, o questionar-se diante de Deus, de si mesmo e dos outros. Nem todos se dispõem a fazer este esforço.

Há muitos que confundem vocação com profissão. Os dois conceitos, porém, são distintos. A profissão, de fato, tem sua origem na escolha da pessoa que busca uma realização profissional, a partir de suas inclinações, capacidades e estudos. A vocação é, ao invés, antes de tudo, um convite que Deus faz à liberdade pessoal, como aprendemos das histórias vocacionais presentes na Sagrada Escritura. Nelas recorrem sempre os refrões: “não tenhas medo!” ou “Eu estarei contigo”, como demonstração de fato que quem chama, no caso de Deus, se compromete plenamente com quem é chamado, isto é, a pessoa ou o povo todo. Na visão bíblica, há também toda uma série de circunstancias e pessoas que permitem o acontecer de uma vocação, que sem perder sua origem do Alto, ao mesmo tempo não recusa servir-se dos fracos instrumentos desta terra.

Empenhar-se com todas as forças

Nessa onda, navega também a vocação missionária ad gentes, como resposta generosa e total ao convite de Cristo: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura...” (Mc 16,15).


Há ainda jovens dispostos a deixar tudo para anunciar a Boa Nova que liberta, até os extremos confins da terra? “A messe é grande e os operários são poucos” (Lc 10,2), falou certo dia Jesus. Depois de mais de dois mil anos de cristianismo a messe continua grande e os operários, poucos: “A missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu cumprimento. Um olhar à humanidade demonstra que tal missão está ainda no começo e que temos que nos empenhar com todas as forças ao seu serviço”, escreveu o bem-aventurado João Paulo II na encíclica missionária Redemptoris Missio (A missão do Redentor).

Comodismo, relativismo, secularização

Será que Deus se cansou de chamar jovens a serem missionários além-fronteiras? Certo que não! Difunde-se sempre mais, a ideia de que, hoje em dia, levar o Evangelho a outros povos não seja tão importante e urgente. Segundo o pensar de alguns, os missionários que partem para o outro lado do mundo pertencem a uma página virada da história. “Hoje, a missão é aqui”, se diz, esquecendo que o fato de pertencer a uma diocese não exclui o interesse para com a Igreja Universal. 

A esse respeito, escreve o biblista Bruno Maggioni: “A Igreja local não deve ser sinal que Deus ama a nós, mas que Deus ama a todos nós. O adjetivo ‘local’ não significa uma restrição da universalidade, mas indica o lugar onde a universalidade deve concretamente se mostrar”. Nota-se, também, que, em muitas comunidades eclesiais, está avançando certo comodismo na vivencia da fé: o compromisso profético com a realidade deixou lugar aos eventos massivos mais atraentes.

Em tudo isso, pois, nos fazem companhia os fatores externos que mais marcam o tempo presente: o relativismo, isto é, a afirmação que não existe verdade absoluta, e o processo de secularização, segundo o qual é possível viver como se Deus não existisse. Todo esse contexto, junto com outras causas, não favorece uma resposta generosa e pronta ao chamado missionário por toda a vida.

Sem missionários não há missão

Contudo, a vocação missionária é ainda atual! Cristo, que veio para salvar a todos, quer que todos os homens e mulheres da terra fiquem sabendo disso. Mas como isso acontecerá se alguém não aceita a proposta missionária de Jesus Cristo como ideal de vida? “O anúncio do Evangelho precisa de anunciadores, a messe precisa de operários, a missão se faz, sobretudo com homens e mulheres consagrados por toda a vida à obra do Evangelho, dispostos a ir a todo o mundo para levar a salvação” (João Paulo II, Redemptoris Missio, 79).


Os Missionários Xaverianos, são um grande família, sacerdotes de várias partes do mundo, sendo enviados para quatro continentes: na Ásia; África, América; Europa, anunciam o evangelho de Jesus Cristo a todos os povos, fora do próprio país, por toda a existência, e em vida comunitária.

Tantos jovens poderão participar dessa aventura se, deixando-se fascinar por cristo e por sua mensagem, estiverem dispostos a fazer da própria existência um “pão” partilhado para todos os povos.



Fonte: Adaptação do artigo de: Padre SORRENTINO. O que você faz da sua vida. Revista, Mundo e Missão, juventude e missão.